Universidade Federal
da Paraíba
Centro de Ciências Aplicada e
Educação
Departamento de Ciências Exatas
Aluno: Jonnathann Silva Finizola Matrícula:
81011054
Disciplina: Avaliação da Aprendizagem
Síntese: Avaliação da aprendizagem... mais uma vez.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da
aprendizagem... mais uma vez. In: Revista ABC Educativo nº 46. Junho de 2005,
p. 28-29.
Website: www.luckesi.com.br
/ e-mail:contato@luckesi.com.br
Segundo Luckesi,
ele vem acompanhando crianças que saíram de uma escola que atende do maternal
ao final da quarta série do Ensino Fundamental, passando para a quinta série em
outra escola.
O autor ficou
impressionado ao ver a mudança dessas crianças em suas falas e em suas crenças
sobre o que, nesse espaço de ensino, denominamos de avaliação. E afirmou: neste momento do ano escolar, estamos vivendo os primeiros
dias do mês de maio, portanto a dois meses do início do ano letivo, e,
nesse curto espaço de tempo, as crianças mudaram sua linguagem e seu modo de
ser, vivido durante os longos anos de escola maternal, pré-escola e séries iniciais
do Ensino Fundamental. Elas vinham de uma experiência de investimento no
processo e passaram para uma experiência de investimento no produto e esse fato
é fundamental para compreender essa mudança. Exatamente esta é questão que
tenho exposto em escritos e em falas, sinalizando a diferença entre avaliar e
examinar. Parece que ela tem sido compreendida conceitualmente, mas, de fato, não
tem gerado condutas novas entre os educadores. Daí, mais uma vez, insistir no
tema. Ainda segundo ele, o ato de examinar tem como função a classificação do
educando, minimamente, em “aprovado ou reprovado”; no máximo, em uma escala
mais ampla de graus, tais como as notas, que variam de 0 (zero) a 10 (dez) ou
como é uma escala de conceitos, que pode conter cinco ou mais graus. Ao ato de
examinar não importa que todos os estudantes aprendam com qualidade, mas
somente a demonstração e classificação dos que aprenderam e dos que não
aprenderam. E isso basta. Deste modo, o ato de examinar está voltado para o
passado, na medida em que deseja saber do educando somente o que ele já
aprendeu; o que ele não aprendeu não traz nenhum interesse. Diversamente, o ato
de avaliar tem como função investigar a qualidade do desempenho dos estudantes,
tendo em vista proceder a uma intervenção para a melhoria dos resultados, caso
seja necessária. Assim, a avaliação é diagnóstica. Como investigação sobre o
desempenho escolar dos estudantes, ela gera um conhecimento sobre o seu estado
de aprendizagem e, assim, tanto é importante o que ele aprendeu como o que ele
ainda não aprendeu. O que já aprendeu está bem; mas, o que não aprendeu (e
necessita de aprender, porque essencial) indica a necessidade da intervenção de
reorientação..., até que aprenda. Alguma coisa que necessita de ser aprendida,
como essencial, não pode permanecer não aprendida. Tomar conhecimento somente
do que o educando aprendeu não permite investir no processo, porém somente no
produto. Foi isso que as crianças, acima citadas, aprenderam rapidamente sob a
imposição da autoridade do sistema escolar: centrar-se no “tirar nota” e não no
“aprender”. A pedagogia que sustenta o
exame se contenta com a classificação, seja ela qual for; a pedagogia que
sustenta o ato de avaliar não se contenta com qualquer resultado, mas somente
com o resultado satisfatório. Mais que isso: não atribui somente ao educando a
responsabilidade pelos resultados insatisfatórios; investiga suas causas, assim
como busca e realiza ações curativas. O ato de avaliar dedica-se a desvendar
impasses e buscar soluções. Qual será a pedagogia que está por detrás da
atividade escolar que se centra na preparação dos estudantes quase que exclusivamente
para o vestibular, que é um exame? Óbvio que é uma pedagogia que não investe no
educando como um ser histórico, inacabado, como dizia Paulo Freire, mas somente
como um ser que deve apresentar produtos, segundo os parâmetros esperados por
aquela escola. Para o educador atuar centrado na avaliação, necessita conceber
o educando como um ser em movimento, em formação e agir coerentemente a partir
dessa concepção. Então, não vamos preparar nossos educandos para o vestibular?
Claro que sim; contudo o vestibular permanece como “uma” das atenções da
prática educativa escolar, não a única. Para treinar para o vestibular, podemos
fazer simulados na escola e não exames que ameaçam e geram excessivas ansiedades
em nossas crianças e nossos adolescentes. Deixemos os exames para as situações
de exames (concursos); na sala de Por último, para fazemos diagnóstico e
intervenção, nossos instrumentos de coleta de dados para avaliação terão que
ser estruturados como instrumentos de coleta de dados para investigação sobre o
desempenho de nossos educandos e não como “cascas de banana ao chão, para que pisem,
escorreguem e caiam na armadilha”. Isso implica em que estejam focados no
essencial ensinado e que deveria ser aprendido; todavia, devem estar focados
sobre todo o essencial ensinado, ou seja, tudo o que é essencial deve ser
investigado, pois que, se é essencial, deve ser buscado. Isso é investir no
processo, o que, por sua vez, produzirá o melhor produto para todos. E, então,
nossas crianças e nossos adolescentes criarão para si mesmos valores, que os
orientarão na vida para dar o melhor de si naquilo que fazem, com cuidado e com
alegria, muito além do cumprimento de uma tarefa para somente, e tão somente,
“tirar uma nota” No que se refere à avaliação da aprendizagem, credito que já
estamos passando da hora de transformar conceitos em práticas.
A avaliação da aprendizagem
exige a apropriação dos conceitos de forma encarnada, traduzidos no cotidiano
das nossas salas de aulas. Não bastam somente bons discursos, importam boas
ações baseadas em conceitos adequados
Nenhum comentário:
Postar um comentário